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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 25 de abril de 2024
 

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Mensagem: Cantos e desencantos Manoel Hygino dos Santos Admiro, mais do que isso - invejo, os que têm longa, útil e saudável vida. Em minha cidade, lembro Luiz de Paula, Ruth Tupinambás, Graça e Yvonne Silveira, que mantêm acesa a chama dos 20 anos depois de ultrapassarem em 70 essa idade. Os três são escritores de reconhecidos méritos. Dona Yvonne presidindo a Academia Montes-clarense de Letras com o mesmo entusiasmo de muito tempo atrás, participando das reuniões, viajando para cumprir a agenda da entidade, que é ampla. Quando me empossei na Academia Mineira de Letras, ei-la no auditório Vivaldi Moreira, junto à mansão Borges da Costa, na Rua da Bahia. Uma viagem que, por terra, ida e volta, somaria mais de mil quilômetros. E ali, na noite de Belo Horizonte, elegante e bem disposta, uma dama, na verdadeira acepção da palavra. E Dona Yvonne, respeitada e admirada, me conheceu de franjinhas, menino de 9 anos, à porta do estabelecimento comercial de meu avô, numa cidade que era brava, mas não selvagem, hoje transformada em valhacouto e campo de ação de bandidos procedentes de outros estados. Deve a escritora sentir saudades dos dias e noites em que se reuniam as famílias à porta das residências, e também das serestas, inesquecíveis, que compunham o modo de viver da população. Esses três autores amam a terra em que nasceram, seus modos e seus costumes, as pessoas de ontem e as que hoje seguem uma tradição de generosidade alegre, de doçura nos corações, de arraigado sentimento ao lugar e às suas gentes. Pois Dona Yvonne assiste agora ao lançamento da segunda edição de ´Cantos e Desencantos´, contendo a poesia do esposo, falecido em 2009, cinco meses antes de completar o centenário de nascimento. Olyntho Silveira era um cidadão no verdadeiro sentido do termo. Em seu livro, ressaltava que vivemos o tempo do triunfo da ciência. Mas, adverte: ´Não venham dizer-nos que esta afasta de si a poesia, lembrando o exemplo de Flammarion.´ Começou a estudar em escola isolada pública, continuou pelos livros, com 19 anos, já escrevia para a ´Gazeta do Norte´, seguindo em outras folhas, inclusive da capital. Casado com Dona Yvonne, não deixou frutos da união, a não ser os versos que publicou. Aprendeu francês e espanhol pelas gramáticas e traduziu grandes autores, sendo considerado uma das ilustres personalidades de Montes Claros, embora nascido no velho Brejo das Almas quando aquela cidade completou 150 anos. Para a viúva, foi exemplo de vida pela honradez, dignidade, modéstia e ausência de ambições. Para a mulher de sua existência, que continua com entusiasmo a humana linda, ainda é o ´meu poeta´. Evocaria Machado com a sua Carolina, que se despediu mais cedo, e meditava o poeta carioca que para tão grande amor é curta a vida. Para Míriam Carvalho, mestra em Literatura Brasileira, os poemas de Olyntho aludem ´a um tempo vivo, iluminado com a sua luz própria, instantes em êxtase de últimas preces, como na utopia de estar vivendo em pleno paraíso. Uma poesia com o ´sentido mais profundo da vida´.

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