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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 11 de maio de 2024
 

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Mensagem: CALÇA RASGADA Diz Homero na Oitava Ilíada que: “Os deuses tecem infortúnios para que às futuras gerações não falte o que contar!” Para que os negócios da Cerâmica Cowan andassem nos conformes, a empresária dona Célia Machado nomeou o mui digno Zé Amorim gerente geral e deu-lhe a necessária carta branca para ele segurar as rédeas na cabeceira. Mão de ferro, severo ao extremo embora de fino trato e até mesmo amável com as pessoas, o Zé não admitia nada fora dos eixos. Certa tarde quente e com a baixada refrescada pelos ventos de agosto, uma forte rajada bateu abruptamente a porta do gabinete do Zé travando a fechadura, tendo a chave caída do lado de dentro da sala estando o Zé do lado de fora supervisionando a empresa. Foi, nesta hora, chamado urgente pelo Tonim da Cowan, que informava estar à patroa já nervosa, querendo, insistente e impacientemente falar com ele. Como o aparelho telefônico de baquelita ficava dentro da sala do Zé Amorim, Tonim, preocupado com o nervo da enfezadíssima patroa, açulou o nosso Amorim que aflito, esbaforido, inventou de saltar pela alta janela para resolver a situação emergencial. Desajeitado, como sempre, e com o esforço inusitado, rompeu a costura dos fundilhos da calça, tornando explicitamente visível a sua branca cueca da marca Torre. Ao telefone, madame instruiu o Zé para esperá-la à porta principal da cerâmica, pois logo mais passaria apressadamente de carro pela avenida, rumo ao Parque de Exposições e precisa falar-lhe. Que o Zé a aguardasse de pronto, no ponto combinado como sem falta! Estando com os fundilhos à mostra o Zé “pregou” o traseiro na cadeira do seu gabinete evitando o ridículo ao se levantar, e instruiu o Tonin receber e convencer a patroa a entrar, e diante do seu momentâneo impedimento se dirigir até o seu gabinete. Zé Amorim sentadíssimo na cadeira, eis que chega dona Célia que se postou em pé, no centro da sala. Tonim e Fernando Cezar Amaral, de “voyeurs”, só assuntando, doidos para ver no que ia dar de hilário. Estranhando que o seu gerente, sempre educado e solicito não a recebesse condignamente, não oferecendo nem ao menos uma cadeira para sua chefa tomar assento, ela chamou o Zé no curé. - Veja Zé! Você está estranho hoje! Pálido, suando em bicas e com o traseiro pregado direto nessa cadeira! Não me recebeu à porta, como de costume, não me convidou para tomar assento e nem ofereceu a água gelada e o cafezinho na bandeja de prata! Deu para ser mal educado, agora? Está andando com más companhias? Nem de longe demonstra um comportamento que se espera de um filho de Pedro Montes Claros, um saudoso cavalheiro! Tonim e Fernando se deliciavam com sorrisos irônicos pelo sufoco do amigo, o Zé, mesmo com o traseiro desapetrechado. Suava frio, dona Célia não ia embora e o vento de agosto insistia em entrar pelos fundos da sua calça de linho S120 branco, feita pelo alfaiate J.Pandu (o Craque da Elegância), ameaçando expor à vista e à galhofa o cuecão botão de pressão! Não houve jeito! O Zé teve que relatar o ocorrido e a patroa enviou o seu motorista até a casa do Zé na Rua Altino de Freitas, no centro, para trazer uma calça reserva. Essa nova peça, mais adequada, pois de tropical inglês, confeccionada pelo famoso Jerry Ronaldo, o “Agulha de Ouro Frufru”.

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