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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 7 de maio de 2024
 

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Mensagem: As recordações que o Mural nos traz José Prates Não são todos os dias, não. Mas, tem dia que ler o Mural fica difícil porque as lembranças do passado brotam de todos os lados. Até parece que essa plêiade de cronistas faz de propósito, querendo arrancar lágrimas de olhos que já secaram pela ação do tempo ou já esgotou o estoque de lágrimas no reservatório da saudade. Hoje, então, foi um dia que mexeu conosco desde o inicio da leitura com Raphael Reys fazendo-nos lembrar a Rua Melo Viana que tanto freqüentamos, principalmente o Bar Condeúba, logo na esquina, depois da ferrovia, entrando na Praça da Estação. Ali era a reunião dos empregados da Central, um pouco antes do almoço, para a um gole da “Januária” pura e contar as ultimas novidades no pedaço. Logo em baixo, estava o Tiro de Guerra com o Sargento Moura à frente de uma garotada esperta, fazendo todo mundo parar pra ver os exercícios. Gostoso de ver, vindo pela Avenida Francisco Sá, era o grupo de moiçolas com trajes domingueiros, com destino à Estação, onde, na plataforma, esperavam o trem que já apitava, ainda, longe, como a dizer que estava chegando. Os agenciadores de pensão se alvoroçavam, correndo para a escadaria da estação, anunciando aos gritos as vantagens de sua pensão ali pertinho. Depois de Raphael, vem Ortiga falando dos anos cinqüenta que não deixaram muitas saudades. Montes Claros cresceu muito, progrediu, mas, sem estrutura para tanto desenvolvimento. Faltava o mais importante: energia elétrica. A iluminação da cidade era pregaria, a usina hidrelétrica de Santa Marta não suportava o consumo que aumentava dia a dia. Tanto a fabrica de tecidos quanto as algodoeiras e a fabrica de óleo comestível, únicas industrias existentess na época, sofreram com essa falta e o único recurso foi adotarem geradores a diesel. Na partee ducacional, também, houve problemas porque não acompanhou o desenvolvimento da cidade. A meninada que terminava o ginásio ficava nisso ou quem pudesse ia para Belo Horizonte cursar o “cientifico” que hoje chamamos de segundo grau. Nesse particular, o Instituto Norte Mineiro de Educação com o curso de contabilidade e a Escola Normal com o magistério atendiam pequena parte dos que pretendiam prosseguir nos estudos, até a faculdade. O restante ou parava de estudar ou procurava outra cidade, geralmente, BH. Nesse tempo, o Dr. Juscelino Kibistcheck era governador do Estado e candidatava-se a Presidencia da Republica pelo PSD, partido que abrigava os políticos mais influentes de Montes Claros como Dr. Plinio Ribeiro, Deba, Neco de Santa Maria, dr. João F. Pimenta, Dr Atonio Pimenta, etc. Foi numa reunião do partido que resolveram formar uma comissão para ir a B.H. falar com Juscelino sobre o grave problema da falta de energia. Nós os acompanhamos, como repórter. No encontro, depois de longa espera para ser recebida pelo governador e, depois, muito debate, ficou resolvido que Montes Claros seria integrada à CEMIG. Demorou um pouco, mas, o problema foi resolvido por volta de 1960, com a inauguração da hidrelétrica de Tres Marias. Agora vem Alberto Sena falando sobre uma personagem que deixou saudades: Irmã Beata, nascida na Holanda, mas, com toda certeza, montesclarense de alma e coração. Não a conhecíamos muito, nem nunca tivemos a oportunidade de entrevistá-la, como jornalista. O pequeno conhecimento que tivemos de sua personalidade e do seu interesse pelo trabalho de assistência aos menos favorecidos, foi adquirido nas nossas idas à Santa Casa quando presenciávamos o seu empenho no atendimento ao pessoal internado na “enfermaria dos pobres”. Essa Irmã, já com idade avançada, caminhando às vezes com dificuldade, sempre lá estava indo de leito em leito procurando saber o estado de cada um. O meu primeiro filho nasceu na Santa Casa, assistido pela Irmã Malvina, também holandesa. Nasceu à noite. Na manhã seguinte, a Irmã Beata, acompanhada pela Irmã Malvina. foi ao quarto para conhecer e abençoar o recém nascido. Ficamos emocionados. Quando ela faleceu, nós não estávamos mais em Montes Claros. A noticia nos entristeceu pelo que ela representava na assistência médica local. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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