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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 1 de maio de 2024
 

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Mensagem: Revoltas de fome Manoel Hygino dos Santos (Hoje em Dia) Focalizei aqui, mais de uma vez, o que se preconizava: o norte mineiro se desertifica, o que evidentemente não é de hoje, confirmando o desinteresse do poder público e de sucessivos governos por uma das ricas e extensas regiões do país. O que afirmei, e os técnicos já advertiam, agora se confirma. Em estudo encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente ao governo mineiro, exposto por jornal paulista, revela que um terço do território mineiro pode virar deserto em 20 anos. Assim serão o norte do Estado, o Vale do Jequitinhonha e o Vale do Mucuri. O fenômeno decorre da monocultura, da pecuária intensiva, do desmatamento e das condições climáticas adversas que sofre o solo de 142 municípios. E ainda: se nada for feito para interromper e reverter o processo, essas terras não terão mais uso econômico e social, afetando 20% da população, ou seja, 2,2 milhões de pessoas. É necessário R$ 1,3 bilhão para conter a situação, que já causa danos sentidos e notórios. Esse fato se inclui e se alinha a outros que deveriam merecer efetiva atenção. As autoridades não podem dizer que os desconhecem. A própria Agência Nacional das Águas, um organismo oficial, divulgou em março que o Brasil, dono da maior bacia hidrográfica do planeta, pode enfrentar problemas de abastecimento. A agência crê que se o Brasil não investir 22,2 bilhões de reais na captação e coleta de água até 2015, pode faltar o líquido essencial à vida em 55% dos municípios do país, ou seja 3.069 do total. Técnicos observam que os municípios sob risco representam 73% da demanda de água do país inteiro. Desse universo, 84% das sedes urbanas carecem de investimentos para adequar seus sistemas produtores e 16% apresentam déficits decorrentes dos mananciais utilizados. É algo muito grave, em que pouco se pensa, porque se cuida mal de assegurar recursos para os estádios destinados à Copa do Mundo e às olimpíadas, ao sistema aeroportuário e à rede hoteleira. O resto fica para depois. Depois? No caso de Minas Gerais, caixa d`água do Brasil como gostava de ressaltar o governador José Francisco Bias Fortes, há de se considerar que a nossa bacia hidrográfica já foi afetada, o volume de águas decresce e sua qualidade sofre os efeitos da urbanização mal orientada e da evolução industrial. O principal rio de Minas, o São Francisco, irá atender parte do Nordeste para arrefecer-lhe a sede. E, no meio do curso de suas águas... Pouco adianta advertir, porque as imposições imediatas e a insânia são mais vigorosos. Outro fato: a Organização das Nações para a Alimentação e a Agricultura alerta que o índice de preços dos alimentos alcançou, em fevereiro, pelo oitavo mês consecutivo, o seu mais alto nível desde 1990. A elevação dos preços dos alimentos, iniciada em meados de 2010, provoca o medo de uma explosão de ´revoltas de fome´, como as registradas em 2008 em vários países africanos, no Haiti e nas Filipinas. E, diminuindo a água e aumentando a desertificação, onde iremos parar? O Brasil não é imune.

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