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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 5 de maio de 2024
 

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Mensagem: A desertificação está visível José Prates Não podemos discordar quando falam que o Norte de Minas está em processo de desertificação, o que vem se desenvolvendo desde muito tempo passado, não só pela ação natural do tempo, como pelo que ocorre no semi-árido, principalmente pelo descuido e desinteresse dos habitantes que não se tocaram quanto a gravidade do problema. Ninguém pode negar que alem da natureza hostil nessa região, revela-se, também, o lado cruel das relações de poder que se estabeleceram na região ao longo do tempo com ausência de políticas publicas voltada para a população, principalmente a mais carente. Não é possível negar que alguma providencia foi tomada, como construção de açudes, mas, na sua totalidade em grandes fazendas para beneficiar as terras de grandes fazendeiros. Isto, com dinheiro público. Não é só o desinteresse do poder público, mas, a ação da população que muitas vezes, contribuí para promover a desertificação, como vem acontecendo não só em Montes Claros, mas, em quase toda região, com o crescimento das cidades de maneira desordenada, sem um planejamento de proteção do solo, Em primeiro lugar, está o interesse pecuniário com a construção de habitações seja lá onde for e como for, o que promove o crescimento desordenado das cidades, sem atentar para os problemas que estão sendo criados. O poder público fecha os olhos e daqui a pouco o deserto estará ai. Segundo o Escritório Metereológico do Reino Unido, a desertificação afeta, hoje, um bilhão de pessoas em mais de 100 países, transformando uma quarta parte dos solos produtivos do planeta em terras estéreis. O estudo prevê que em 2100, cerca de um terço do planeta será deserto e que a metade da superfície da terra enfrentará seca severa. A mudança climática que está se processando lentamente é o principal fenômeno nesse processo. Essa mudança climática provocada pelo aquecimento global pode levar o mundo a uma recessão até 2050. O geógrafo Archimedes Perez Filho, do Instituto de Geociências da Unicamp, afirma que a natureza transforma-se e modifica-se em função de três escalas de tempo: geológica, histórica - relacionada com a presença do homem na superfície terrestre - e atual. Nessa direção, diz o geógrafo, o semi-árido brasileiro é uma resposta de uma escala de tempo geológica, enquanto que os processos de degradação do solo no Brasil central, por exemplo, é resultado do desmatamento para a agricultura e pecuária em solos arenosos (pobres em argila, responsável pela retenção da água no solo), promove processos erosivos que resultam na arenização ou mesmo na formação de desertos antrópicos (terras degradadas pela interferência humana). Preocupado com a possível mudança da matriz energética brasileira para os biocombustíveis, que provavelmente avançará a fronteira agrícola no Centro Oeste, Perez ressalta a importância de planejamento ambiental no território brasileiro. “O desmatamento em solos frágeis deve ser considerado crime”, defende o geógrafo. Além do mau uso do solo, as mudanças climáticas também se refletem no território brasileiro. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou um aumento da temperatura na região do Pantanal de dois graus nos últimos anos, o que eleva a evaporação dos rios. Segundo pesquisadores da instituição, esse fenômeno promoverá um processo de desertificação irreversível na região. O geógrafo acredita que se o aumento de temperatura entre 1,5 a 5 graus para o planeta, previsto por metereologistas, se confirmar, nos próximos 100 anos, o processo de arenização comprometerá muitas áreas brasileiras, principalmente no Brasil central. O que nos preocupa a todos que sentimos o problema é o descaso das autoridades competentes que se calam ante o desproposito de atitudes de uma maioria da população, interessada em questões próprias, sem pensar nos efeitos danosos do que fazem, comprometendo a natureza mais do que já está. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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